Eles não têm o sorriso de uma atendente, mas aos poucos os robôs humanoides como o Reem, um protótipo desenvolvido pela catalã Pal Robotics, serão frequentes em feiras, congressos, e até em hospitais.
Equipado com braços articulados e motorizados, Reem conta com uma tela sensível ao toque em seu corpo, onde é possível selecionar um dos mais de 30 idiomas nos quais a máquina pode interagir com o usuário, que pode ser tratado de forma personalizada graças a seu sistema de detecção e reconhecimento de rostos.
O robô conta com visão periférica, microfones e sensores que lhe permitem movimentar-se de forma autônoma, sem cabos ou ação humana. Reem é capaz de criar um mapa, se localizar e se deslocar por um ambiente sem se perder.
Por enquanto, a máquina ainda é um protótipo, mas a Pal Robotics quer começar a produzi-lo industrialmente para venda comercial no final de ano e já tem pedidos de feiras e congressos de Emirados Árabes, para servir como guia, como informa Francesco Ferro, diretor-executivo da empresa.
Além disso, o humanoide é capaz de levar em consideração as perguntas que já foram feitas a ele para dar respostas mais adequadas às dúvidas dos usuários. Segundo ele, as atuais atendentes de congressos e feiras não precisam temer pelos seus empregos, já que elas oferecem um tratamento e uma atenção mais humana que o robô não pode dar.
Empresários que participaram diretamente dos primórdios da internet no Brasil contaram histórias dessa época nesta sexta (19) no festival youPIX, sobre cultura de internet.
Aleksandar Mandic, dono da Mandic, disse que usa seu e-mail mandic@mandic.com.br até hoje. "Já respondi a mais de 500 mil e-mails", afirmou.
Um dos e-mails veio de um garoto de 12 anos, que pediu para marcar uma visita à Mandic. "Quando chegou, ele disse: Minha mãe me pediu para o senhor me bater. Eu hackeei todo o seu sistema. Contratei o garoto, e ele ficou na Mandic até os 18."
Caio Túlio Costa, fundador do UOL (empresa do Grupo Folha, que edita a Folha), afirma que contratar hackers era algo frequente. "Aconteceu várias vezes de aproveitarmos talento de hackers." Ele diz que "era difícil achar programador com capacidade de pensar grande e fazer o que tinha que ser feito".
Além disso, outros tipos de profissionais eram escassos, como especialistas para a central de telemarketing. "Era uma tarefa muito importante. Naquela época, o processo de instalação do serviço era muito complicado."
Michel Lent, vice-presidente de estratégia do Grupo.Mobi/RBS, contou como foi fazer um dos primeiros sites do Brasil. "Em 1997, fui chamado para fazer um site para o jogador Ronaldo. Saiu uma reportagem no Jornal Nacional sobre o site, mas eles passaram a maior parte do tempo explicando o que era um site. Nesse dia, caiu o servidor do site, que ficava nos Estados Unidos. E pouquíssimas pessoas tinham internet aqui."
Atentas ao crescimento do Facebook no Brasil, as empresas já começam a olhar para o comércio na rede social como uma forma de elevar suas vendas na internet.
O "social commerce" deve gerar US$ 5 bilhões (R$ 8,15 bilhões) em todo o mundo neste ano, segundo estudo da Booz & Company.
Desses, US$ 1 bilhão virá dos EUA, em que 20% das vendas das grandes marcas na web ocorrem no Facebook.
De olho nessa fatia, os sócios Tatiana Albuquerque e Flávio Berman lançaram a E-Like, empresa de soluções voltada para esse mercado.
Em julho, a desenvolvedora colocou na rede seu primeiro produto, o Meu Shopping, uma butique no Facebook que reúne lojas como Enoteca Fasano, as marcas de roupas Richards e Cantão e a de lingeries Hope.
Ao todo, são oito já em funcionamento, número que deve crescer nos próximos dias com a Sacks, loja de cosméticos on-line do grupo francês de luxo LVMH.
"CURTIR"
Para comprar, é preciso "curtir" a página da marca no Facebook. Toda a transação é feita dentro da rede social.
"Com menos de um mês de loja no ar, tivemos mais de 10 mil usuários cadastrados e ativos", afirma Tatiana.
No Brasil, a rede social tem 22 milhões de usuários. "É o quadrilátero mais caro da internet, como a rua Oscar Freire, em São Paulo", diz.
O diferencial de uma loja no Facebook é aproveitar a interação entre os usuários para divulgar os produtos.
Adquirir um vale-compra para um amigo que faz aniversário naquele dia e ganhar descontos em compras com amigos na rede social estão entre as facilidades oferecidas pelo Meu Shopping.
"Uma loja no Facebook é como estar no shopping com os amigos. Você pode comprar, sugerir um produto. Uma série de interatividades que eu não tenho na loja on-line", diz Vanda Dias, gerente de e-commerce da Hope.
"Estamos muito confiantes com essa plataforma. A tendência é que isso represente uma boa fatia das nossas vendas na internet", diz Alexandre Icaza, da Glamour, site de vestuário previsto para estrear no Meu Shopping ontem.
LIKESTORE
Para ajudar pequenos comerciantes a também ter seu espaço no comércio social, a LikeStore criou uma ferramenta em que permite que qualquer pessoa crie sua loja no Facebook.
Desde maio, já reúne 1.060 lojas, tanto de microempreendedores como de grandes marcas. Todos pagam 2% das vendas à empresa, mais 5,9% ao criador da ferramenta de pagamentos.
Gabriel Borges, um dos fundadores, espera que, em um ano, as vendas na LikeStore gerem R$ 18 milhões.
O controle remoto do brasileiro está em fase de adaptação: da televisão para computadores, telefones e tablets conectados à internet.
O Netflix, uma espécie de locadora de filmes e séries on-line, que também entrega DVDs em casa, está de malas prontas para desembarcar nos aparelhos com conexão banda larga do Brasil.
O presidente da NBC Universal International, Jeff Shell, confirmou à Folha que o contrato para exibir os filmes do Universal Studios no Brasil está firmado.
O Netflix já tem o direito de oferecer para os brasileiros um catálogo on-line de filmes produzidos há mais de cinco anos pela Universal.
A Folha também apurou que a produtora mexicana de telenovelas Televisa (que detém direitos de "Maria do Bairro" e "Usurpadora", exibidas pelo SBT nos anos 90) fez acordo para colocar seu conteúdo na internet brasileira via Netflix.
Ao contrário do que ocorre nos EUA, no entanto, o "delivery" de DVDs não estará disponível aqui, por enquanto (veja quadro abaixo).
Os usuários do Brasil terão um mês gratuito de degustação de filmes, séries e novelas do catálogo do Netflix. A assinatura deve custar entre R$ 13 e R$ 15 por mês, a partir do momento em que o serviço estiver no ar.
A maior concorrência da empresa americana aqui já é a brasileira NetMovies, que tem um menu de 4.000 títulos on-line e 25 mil em DVDs para Estados brasileiros.
"É um concorrente a ser respeitado", afirmou o fundador do NetMovies, Daniel Topel, em entrevista por telefone. Ele acredita que a movimentação do mercado vai ser positiva por aqui.
Por isso, Topel tem viagem marcada na próxima semana para negociar novos títulos com estúdios americanos.
O setor de TV paga também se prepara para a disputa pela audiência, tanto na televisão quanto na internet.
SEM SUBESTIMAR
"A última coisa que se pode em relação à Netflix é subestimar", recomendou o presidente da Globosat, Alberto Pecegueiro, durante o Congresso da ABTA (Associação Brasileira de TV por assinatura), na última terça.
A operadora NET e a programadora Globosat (que abriga a rede Telecine, Multishow e SporTV, entre outros canais) já reagiram.
Lançaram nesta semana o Muu, um portal de internet que vai agregar os vídeos veiculados em alguns canais Globosat, só para assinantes.
Outras armas são o serviço "on demand", que oferece a compra de filmes pelo controle remoto, o clássico "pay-per-view" (com campeonatos esportivos e lançamentos de cinema) e o DVR, aparelho que permite gravar o conteúdo da programação para assistir quando quiser.
Para Gastón Taratuta, CEO da IMS Corporate, agência que cuida da imagem on-line da Netflix nos EUA e na América Latina, a preocupação da TV paga deveria ser com a pirataria, e não com o novo serviço, que é "uma forma legal de compartilhar conteúdo."
A briga no Brasil, porém, pode ser pelo controle remoto da classe C. Só em 2011, 1,34 milhão de pessoas resolveu aderir à TV paga, aumento creditado pelo setor à nova classe média brasileira.
A Índia e o Brasil são os dois países onde o Facebook mais cresceu no mês de julho, segundo relatório do site SocialBakers. Em terceiro lugar, fica os Estados Unidos.
"Esses países provaram que o seu número de crescimento de usuários do Facebook aumenta rapidamente", diz o site. "Mesmo o Orkut ainda sendo a rede social mais popular do Brasil, o Facebook está ganhando espaço rapidamente."
Na Índia, o Facebook já tem quase 32 milhões de usuários, enquanto no Brasil o número ultrapassa os 23 milhões. Ainda figuram na lista de países com maior crescimento o México, a Tailândia e a Alemanha.
No geral, o Facebook ganhou 14 milhões de novos usuários no último mês.